terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nível de migração para a TDT é baixo

A pouco mais de um mês da data prevista para o desligamento de vários emissores e retransmissores de sinal analógico de televisão, a ANACOM reconhece finalmente que o nível de migração para a TDT é muito baixo, algo que venho alertando há muito tempo e que tem posteriormente sido confirmado por inquéritos.

Segundo a ANACOM, de um total estimado de 1,3 milhões de lares que serão afectados pelo fim das emissões analógicas, menos de 200 mil já mudaram para a TDT. Ainda segundo a ANACOM, dos 1,3 milhões de famílias, um milhão está na zona que terá que o fazer até 12 de Janeiro.

Tanto o número de famílias que já fizeram a mudança para a TDT como o número de famílias afectadas a 12 de Janeiro me parece exagerado. Estimo que a percentagem de lares que já recebem a TDT está ainda abaixo dos 10% (e não os 15% estimados pela ANACOM) e o número de famílias afectadas pelo “apagão” agendado para 12 de Janeiro será inferior a 1 milhão, pois importantes centros emissores (Lousã, Monte da Virgem, Montejunto e Marão) que servem uma vasta população do litoral não serão desligados a 12 de Janeiro.

Segundo Eduardo Cardadeiro, a venda de “descodificadores” está muito aquém do necessário para fazer a migração. Ainda segundo este administrador da ANACOM, aquela estima que cerca de 120 mil famílias residem em zonas onde só será possível receber o sinal digital por satélite, anunciando para breve a descida do preço do respectivo kit para cerca de 40 Euros.

Estes dados foram divulgados ontem durante o lançamento de nova campanha publicitária que custou 1,2 milhões de Euros e que já passa nas televisões (ver post anterior).

Perante esta realidade, o adiamento do “apagão” parece inevitável, como venho alertando há muitos meses, sem que nada tenha sido feito para o contrariar. E se isso vier a acontecer, a culpa não será dos consumidores, como alguns já pretendem fazer crer, mas sim de todos os responsáveis que durante anos afirmaram que tudo estava a correr bem, ignorando todos os sinais e alertas, deixando a TDT ao abandono! Que mais provas serão necessárias para que se proceda a um relançamento da TDT com uma oferta alargada de canais? Que forças ou poderes o impedem? São poderes democraticamente eleitos ou outros?

Mas mesmo perante esta realidade, tudo indica (espero estar enganado) que o Governo, em vez de tomar medidas, vai antes adoptar uma atitude de “esperar para ver”. Tal como informei há dias, o canal de notícias Euronews poderá vir a reforçar a TDT portuguesa, dependendo no entanto da evolução do “mercado” TDT. Ou seja, tudo aponta para que o Governo não vá “mexer” na TDT para já e, consoante a “adesão” dos portugueses, procederá ou não ao reforço do número de canais. Mas, se o eventual reforço de canais passar apenas pela Euronews será insuficiente e demasiado tarde.

Repito o que já disse em ocasiões anteriores e de que muitos portugueses já se deram conta. Há poderosos interesses a quem interessa que a Televisão Digital Terrestre não seja minimamente atractiva. Até aqui, todos os interesses têm sido tidos em conta menos os interesses dos telespectadores e consumidores. Uma eventual promessa vã de mais canais após o "apagão" de 2012 não passará disso, mais uma promessa, como tantas outras que não foram cumpridas! Se o switch-off for avante com esta oferta de canais, a Televisão Digital Terrestre ficará definitivamente parada no tempo.

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ANACOM lançou nova campanha publicitária à TDT

Arrancou ontem uma nova campanha publicitária para divulgação da TDT. Esta nova campanha é da responsabilidade da ANACOM e pretende explicar o processo de migração para a Televisão Digital Terrestre. Tal como o blogue TDT em Portugal informou em Julho, a campanha, que irá custar 1,2 milhões de Euros, terá três fases: a que arrancou ontem, outra entre 2 e 17 de Janeiro e a terceira entre 12 de Abril e 1 de Maio.

O spot publicitário, que já passa nas televisões, à semelhança dos anteriores, è muito pouco informativo e tão curto que se pestanejar quase não dá por ele. Mais uma vez se aposta no medo de ficar sem televisão para levar o consumidor a mudar para a TDT, uma táctica arriscada. 

Facto interessante é que a RTP terá prometido passar o anúncio mais vezes do que o contratado pela agência de publicidade responsável pela campanha. O administrador da ANACOM responsável pela introdução da TDT em Portugal Eduardo Cardadeiro, espera que as outras televisões também “cooperem” nesse sentido.

Esta “cooperação” entre a televisão do Estado e o regulador do Estado para as telecomunicações não é surpreendente, mas é tardia. Também não me surpreendia se as televisões privadas alinhassem nesta verdadeira campanha de medo. Agora que o switch-off se aproxima e, na eminência de perderem telespectadores, os responsáveis pelos canais têm motivos para estar apreensivos.

As entidades responsáveis que pouco ou nada têm feito para acelerar a migração para a TDT, parecem pois apostadas num bombardeamento dos telespectadores para evitarem o adiamento do “apagão” a todo o custo. Tivessem feito o que deveria ter sido feito há muito tempo: informação atempada e de qualidade e aumento da oferta de canais (RTP Memória e RTP Informação e até mais porque há espaço) e a maioria dos portugueses já teria mudado para a TDT. Assim, o mais provável é que seja necessário adiar o apagão, como venho alertando há largos meses. Aliás a ANACOM reconheceu finalmente que o nível de migração para a TDT é muito baixo. Não é num mês que a situação se vai inverter.

Alguns já atiram as culpas para os “malandros” dos portugueses que deixam tudo para a última hora. Mas quem menos responsabilidades tem nesta trapalhada são os consumidores que têm sido enganados e diria mesmo roubados de uma oportunidade para se fazer um salto qualitativo e quantitativo na televisão portuguesa. Vergonha para todos os que colaboram com este estado de coisas.

Video da publicidade da ANACOM



Video de um dos vários spots de publicidade à TDT espanhola


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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Televisões criticam TDT portuguesa (act.)

Como se provas faltassem que a introdução da Televisão Digital Terrestre em Portugal é uma das maiores trapalhadas de que há memória, RTP, SIC e TVI comprovaram ontem, mais uma vez, que o Estado não pode e não deve continuar a assumir uma atitude passiva em matéria de TDT.

Durante o 21.º congresso promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, as televisões criticaram o modelo da Televisão Digital Terrestre portuguesa. Creio que se a hipocrisia dos responsáveis das televisões pagasse imposto, boa parte do défice público ficava saldado! Senão veja-se:

Relativamente ao Canal HD, Francisco Pinto Balsemão (dono da SIC), que foi quem propôs o canal(!), considera que “tal canal é difícil de concretizar”. E o representante da televisão pública disse que o canal não tem modelo de negócio! O dono da SIC afirmou ainda que a entrada da TDT, actualmente, "faz menos sentido", quando se assiste à expansão da televisão paga!

Ou seja, oferece-se aos portugueses uma televisão digital terrestre das mais pobres do mundo, sem praticamente qualquer atractivo e depois critica-se a introduçao da TDT por a televisão paga estar em expansão, "roubando" telespectadores à televisão em canal aberto!

Miguel Pais do Amaral, presidente da Media Capital (dona da TVI), afirmou que a introdução da TDT em Portugal foi “uma oportunidade perdida” para as televisões generalistas, que podiam ter aumentado a oferta com o lançamento de outros canais em aberto ou com estações pagas!

Ora estes senhores através de posição conjunta da CPMCS ainda há poucos meses atrás afirmaram duvidar da viabilidade de mais canais em sinal aberto na TDT!

Como todos podem comprovar, os “donos” das televisões portuguesas mudam de opinião com muita facilidade. Consoante sopra o vento!

O presidente da Media Capital disse ainda que “existe um total conflito de interesses em entregar a Televisão Digital Terrestre a uma empresa que é a última interessada em garantir conteúdos interessantes no serviço, porque tem uma plataforma concorrente, que é o Meo”.

É evidente há muito tempo que é do interesse da PT que a TDT não tenha sucesso. Mas a origem do problema remonta à fase dos concursos TDT, quando a PT "eliminou" possíveis concorrentes (entre os quais esteve a Media Capital) sem qualquer intervenção das autoridades reguladoras. Mesmo assim, a introdução da TDT em Portugal poderia ter corrido satisfatoriamente, caso tivéssemos uma entidade verdadeiramente reguladora que tivesse acautelado devidamente os interesses do país. O que todos podem comprovar é que a entidade supostamente reguladora basicamente não tem feito outra coisa senão defender os interesses da PT, tendo inclusivamente recuado relativamente a deliberações suas. Veja-se, por exemplo, a questão da TDT paga, do cumprimento do plano de cobertura ou a ausência de divulgação e informação sobre TDT nas lojas da PT. E veja-se também a prestação do presidente da ANACOM na audição Parlamentar de 20/09/2011. A PT ter ficado com a exploração da TDT não foi propriamente um erro em si mesmo. O grande problema deve-se ao facto das entidades oficiais terem abdicado da sua função reguladora, mais parecendo que recebem ordens da PT.

Continua-se a falar em Alta Definição e nas grandes superfícies metade dos receptores TDT à venda não a suporta, como tenho vindo a alertar. O regulador reuniu com os responsáveis das grandes superfícies mas, aparentemente, apenas para os convencer a terem as prateleiras cheias de equipamentos! Será que vamos assistir à repetição do que se passou relativamente ao MPEG-4, em que o regulador demorou longos meses a “avisar” o público (através de uma mensagem no seu site) para a questão da incompatibilidade?

Continua portanto a gincana verbal. Fala-se, fala-se e não se diz nada de substancial, de construtivo. Não se regula, nem se tomam medidas para dar ao país uma Televisão Digital Terrestre (que já foi designada Televisão Digital para Todos), digna de um país europeu, moderno e civilizado. As televisões têm estado a jogar um jogo arriscado, e daqui a poucos meses a parada pode subir. O problema dos jogos é que para uns ganharem outros têm que perder.

Nota: peço desculpa pelo uso excessivo de pontos de exclamação, mas não há como evitar.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Falta de cobertura atrasa migração para a TDT

A dificuldade de acesso ao sinal TDT é referida por muitos leitores do blogue TDT em Portugal como a razão pela qual ainda não mudaram para a Televisão Digital Terrestre. A ausência de atractivos (mais canais) é, sem surpresa e com largo avanço, a razão principal.

De acordo como a licença de utilização do espectro, a PTC (empresa responsável pela rede de emissores) estaria obrigada a assegurar a cobertura de pelo menos 87% da população por sinal terrestre até 31/12/2010. Segundo informação prestada por fonte ligada à PT, a rede seria composta por 180 emissores. E, apesar de um alto responsável da ANACOM ter informado que até ao final de 2010 tudo ficou pronto, a verdade é que ainda em Outubro a PT anunciou a entrada em funcionamento de novos emissores e, dos 180 planeados, até à data só foram instalados 173. O blogue TDT em Portugal apurou que a PTC terá cancelado a instalação de alguns emissores, não sendo no entanto claro se o valor divulgado inicialmente (180) já contemplava essa redução.

O que é certo é que existem ainda muitas localidades sem cobertura ou com cobertura deficiente de TDT. Como escrevi em ocasiões anteriores, dado que para muitas destas localidades a data (prevista) para o apagão analógico se aproxima a passos largos, é essencial saber-se se serão beneficiadas com a eventual entrada em funcionamento de algum emissor TDT. As populações necessitam e merecem saber como poderão continuar a receber a RTP a SIC e a TVI. Se por antena terrestre ou por satélite. A informação disponibilizada pela PT é insuficiente e por vezes contraditória ou mesmo errada.

É que os custos de adaptação para a TDT podem variar muito consoante o sinal TDT recebido, daí a importância do público (ou pelo menos os técnicos instaladores) serem atempadamente informados, o que não tem sido o caso. A razão para tal atitude por parte da PT até não é difícil de adivinhar. A cobertura prevista para a TDT (por sinal terrestre) é bastante inferior á actual cobertura analógica da maioria dos canais e as queixas são inevitáveis, como aliás já acontece com várias freguesias de Trás-os-Montes que, quando suspeitaram que não seriam servidas por emissores TDT e que teriam que recorrer à recepção por satélite (bastante mais cara na maioria dos casos) protestaram junto da ANACOM e da PT com a qual travam actualmente um braço de ferro.

Este valor de cobertura por emissores terrestres (87%) fica também bastante abaixo do de outros países com uma geografia semelhante ou ainda mais desfavorável que a nossa. A título de exemplo, como referi no comparativo com a TDT espanhola que publiquei recentemente, aí a cobertura dos muxs de âmbito nacional é de 98,5%!

Apesar de (aparentemente) a rede não estar ainda concluída, fica evidente que a cobertura vai deixar de fora muitas localidades de várias zonas do país que actualmente são servidas por sinal analógico. Questões técnicas à parte, a meta de cobertura é pouco ambiciosa e foi definida sobretudo com base em critérios economicistas. Não é aliás coincidência que muitos dos locais sem cobertura terrestre têm sido “visitados” com regularidade por agentes das operadoras de televisão por subscrição. Idem para o silêncio relativamente à entrada em funcionamento dos emissores TDT, ao contrário do que sucedia com emissores e retransmissores analógicos, em que se informava os telespectadores nos canais de TV.

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Grupo de Trabalho propõe fim da RTP Memória, RTP Informação e alterações na TDT.

O relatório do Grupo de Trabalho criado pelo Governo para redefinir o conceito de serviço público na comunicação social foi hoje entregue ao ministro Miguel Relvas. O relatório recomenda o fim da RTP Informação, RTP Memória e a fusão da RTP África e RTP Internacional.

O grupo de trabalho não vê "qualquer interesse público num canal como a RTP Memória" e diz que os seus conteúdos deviam passar para a página de Internet da estação! Não há qualquer interesse público na RTP Memória?! Será que estas pessoas têm real noção das implicações da sua proposta? Julgam que a Internet chega a todo lado com velocidades aceitáveis que permita aceder a esses conteúdos com qualidade? Este e muitos outros obstáculos. Que ignorância...

Mais uma vez se ignora que os portugueses já se manifestaram a favor da RTP Memória e em sinal aberto! Insistem em fazer de conta que a Petição pela RTP Memória e RTP-N em canal aberto na TDT não existiu e nem o programa "A Voz do Cidadão" onde o acesso livre ao canal também foi pedido. Recordo que toda a documentação relativa a este assunto foi facultada ao grupo de trabalho!

Apesar disso, o grupo de trabalho afirma que não vê qualquer interesse público num canal como a RTP Memória! Então, se o grupo de trabalho não vê interesse na RTP Memória, podemos concluir que o grupo de trabalho não representa nem defende o interesse dos portugueses!

Os autores do relatório consideram também que a missão da RTP Açores e RTP Madeira está terminada.

Relativamente à Televisão Digital Terrestre a posição do grupo é contraditória. Senão leia-se (os destaques a negrito são de minha autoria):

«..o Estado deve tomar de imediato decisões de correcção do processo de criação da Televisão Digital Terrestre... A TDT, embora permitindo aumentar a oferta de acesso livre, foi limitada aos quatro canais de difusão analógica terrestre já existentes. A TDT, deste modo, em vez de representar uma melhoria para as pessoas com menos recursos, nomeadamente os mais idosos, representa antes um custo, para muitos difícil de suportar, na compra de equipamento e serviços. Em vez de aumentar o contacto da população de menos recursos com o media, a TDT prevista poderá, bem ao contrário, provocar o isolamento dos portugueses incluídos nesses grupos sociais, o que constituiria um retrocesso civilizacional e uma grave ofensa aos direitos dos cidadãos aos media de acesso livre.»

«Uma redefinição de serviço público tem em primeiro lugar de se confrontar com esta transformação primordial nos mecanismos de acesso ao sinal: deixa de fazer sentido defender os princípios do serviço público através da garantia de acesso a um meio que perdeu relevância para uma parte significativa dos públicos, os quais, ou acedem a esses conteúdos por outros meios, ou pura e simplesmente não os consideram. O problema do acesso em Portugal é hoje particularmente relevante, nomeadamente porque a solução de TDT, desenhada para responder ao princípio da universalidade num conceito de transmissão digital de sinal, não possui canal de retorno e irá provavelmente - não só mas também por isso - servir apenas uma parte reduzida da população, recorrendo grande parte desta a plataformas pagas para efeitos de acesso a conteúdos televisivos e também radiofónicos.»

«Consideramos, entretanto, que o Estado deve reflectir sobre a oferta de canais estatais de TV em plataformas pagas, as quais não são acessíveis a toda a população. É certo que cresce a presença de plataformas pagas no país, estando já na maioria dos lares, mas uma parte resiste a essa despesa ou não tem interesse em mais canais. Recomendamos que sejam estudadas a viabilidade e os impactos da facilitação do acesso a plataformas de cabo pelas pessoas com menos meios e/ou mais resistentes à mudança

Por um lado diz que o Estado deve tomar decisões de correcção do processo da criação da TDT. Mas afirma que deixa de fazer sentido defender os princípios do serviço público através da garantia de acesso a um meio que perdeu relevância para uma parte significativa dos públicos, ou seja, (subentende-se) a recepção por sinal terrestre. Recomenda que seja facilitado o acesso às plataformas de TV por subscrição pelas pessoas mais carenciadas ou resistentes à mudança.

Afinal o grupo de trabalho defende a aposta na TDT ou a sua extinção?

Em Outubro troquei impressões sobre a TDT com José Manuel Fernandes, um dos membros do grupo de trabalho. A resposta foi reveladora da posição do grupo de trabalho relativamente à TDT:

Na rádio o grupo de trabalho considera que a existência de três canais de rádio nacionais do Estado é “desproporcionada”.

Outras recomendações:
  • Serviço público de televisão e rádio deve ter conteúdos noticiosos mínimos;
  • Serviço público de comunicação social não deve ter publicidade;
  • ERC deve ser extinta e dar lugar à autorregulação.
O grupo de trabalho foi notícia nos últimos dias, pelos piores motivos, pois foi conhecida a demissão de três dos seus membros: Francisco Sarsfield Cabral, João Amaral e Felisbela Lopes.

Após a leitura do relatório chego à conclusão que é um documento confuso e contraditório, onde fica patente a ausência de fundamentação credível para muitas das recomendações que emite. Outra nota negativa vai para a forma como este documento foi elaborado. O grupo de trabalho reconhece que recebeu contributos para o seu trabalho (entre eles esteve o blogue TDT em Portugal) mas, cita apenas as instituições a quem solicitou esse contributo, ignorando cidadãos que voluntáriamente dedicaram parte do seu tempo dando o seu contributo para o trabalho do grupo.

O relatório está disponível para consulta aqui.

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